Há 11 anos no comando da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, a delegada Cristina Coelli Cicarelli demonstra preocupação com o avanço da violência contra crianças e adole
scentes em Minas Gerais. “Nunca expedi tanta guia de corpo delito para crimes contra a dignidade sexual de menores de 18 anos”, afirma.
Segundo a policial, o desaparecimento da maioria das pessoas nessa faixa etária é voluntário. Ou seja, elas saem de casa por vontade própria. Algumas escrevem cartas comunicando o motivo, outras preferem não deixar rastro do paradeiro.
Mas a decisão de deixar o lar não é tomada por acaso. “A principal motivação é o conflito familiar. São menores com histórico de maus-tratos, outros tipos de violência doméstica e abuso sexual dentro de casa”, diz a delegada.
Socorro
A violência contra crianças e adolescentes foi tema da série de reportagens do Hoje em Dia que termina hoje. Segundo a delegada, quando os menores resolvem abandonar a família, estão dando “o grito de socorro”. “É a resposta para o conflito, embora essa seja a pior decisão. Eles fazem isso por causa dos excessos dos meios de correção usados pelos pais. Há casos em que os maus-tratos se transformam em tortura”, diz.
A chefe da divisão está alarmada com o aumento dos crimes sexuais cometidos por pessoas ligadas às vítimas ou a familiares delas. “Os menores fogem de casa para se libertar dos agressores. Quando são localizados, têm que fazer exame no Instituto Médico-Legal (IML). A quantidade de procedimentos para confirmar se houve violência sexual nunca foi tão grande como agora”.
É o que a delegada chama de desaparecimento por causas criminosas. “A vítima reclama de falta de oportunidade para se expressar, de ser ouvida em casa. A fuga é a forma de se ver livre da violência doméstica”, diz.
Confirmadas as violações, os menores localizados são encaminhados à Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Quatro por dia
De janeiro a setembro deste ano, 1.087 menores foram dados como desaparecidos em Minas, média de 120,7 casos por mês ou quatro por dia. O número representa 47% do total de desaparecimentos no Estado (2.316).
Em Belo Horizonte, foram 769 casos envolvendo crianças e adolescentes (85,4 por mês ou 2,8 por dia). Em todo 2011, 1.260 pessoas com menos de 18 anos desapareceram em Minas, sendo 893 na capital.
http://www.hojeemdia.com.br/minas/fuga-do-abuso-sexual-ocorrido-em-casa-e-cada-vez-mais-comum-1.52843
Segundo a policial, o desaparecimento da maioria das pessoas nessa faixa etária é voluntário. Ou seja, elas saem de casa por vontade própria. Algumas escrevem cartas comunicando o motivo, outras preferem não deixar rastro do paradeiro.
Mas a decisão de deixar o lar não é tomada por acaso. “A principal motivação é o conflito familiar. São menores com histórico de maus-tratos, outros tipos de violência doméstica e abuso sexual dentro de casa”, diz a delegada.
Socorro
A violência contra crianças e adolescentes foi tema da série de reportagens do Hoje em Dia que termina hoje. Segundo a delegada, quando os menores resolvem abandonar a família, estão dando “o grito de socorro”. “É a resposta para o conflito, embora essa seja a pior decisão. Eles fazem isso por causa dos excessos dos meios de correção usados pelos pais. Há casos em que os maus-tratos se transformam em tortura”, diz.
A chefe da divisão está alarmada com o aumento dos crimes sexuais cometidos por pessoas ligadas às vítimas ou a familiares delas. “Os menores fogem de casa para se libertar dos agressores. Quando são localizados, têm que fazer exame no Instituto Médico-Legal (IML). A quantidade de procedimentos para confirmar se houve violência sexual nunca foi tão grande como agora”.
É o que a delegada chama de desaparecimento por causas criminosas. “A vítima reclama de falta de oportunidade para se expressar, de ser ouvida em casa. A fuga é a forma de se ver livre da violência doméstica”, diz.
Confirmadas as violações, os menores localizados são encaminhados à Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Quatro por dia
De janeiro a setembro deste ano, 1.087 menores foram dados como desaparecidos em Minas, média de 120,7 casos por mês ou quatro por dia. O número representa 47% do total de desaparecimentos no Estado (2.316).
Em Belo Horizonte, foram 769 casos envolvendo crianças e adolescentes (85,4 por mês ou 2,8 por dia). Em todo 2011, 1.260 pessoas com menos de 18 anos desapareceram em Minas, sendo 893 na capital.
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