Abusos começaram quando a menina tinha 14 anos
Tales André Cordeiro dos Santos, 36 anos, foi preso, nesta quinta-feira, por policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). Ele é acusado de manter a própria filha como amante, a ameaçando e mantendo relações sexuais com ela. Contra ele está expedido um mandado de prisão temporária, pelo I Juizado de Violência Doméstica Familiar da Capital. O criminoso foi preso no Aterro de Cocotá, na Praia de Olaria, na Ilha do Governador.
De acordo com o delegado titular da especializada, Marcello Braga Maia, em depoimento, a vítima, hoje com 17 anos, descreveu que passou a sua infância com o seu avô em Saquarema, na Região dos Lagos, mas aos 14 anos, diante de uma grave doença, teve que morar com os pais, na Ilha do Governador, Zona Norte. Ao voltar à residência dos pais, sua mãe estava grávida e começou a se sentir mal, sendo levada para o Hospital Paulino Werneck, ficando internada por três dias.
Ainda em depoimento, a menina afirmou que, com a ausência da mãe, Tales a observava tomando banho e, ao tentar se vestir, ele a despia e a obrigava a manter relações sexuais, a ameaçando de morte e dizendo que ia espancar sua mãe, grávida de oito meses, caso a menina dissesse alguma coisa. O pai expulsava os outros filhos de casa antes de praticar os abusos.
Após o nascimento de sua irmã, a vítima e seu pai ficaram se encontrando reservadamente na casa de uma tia de seu pai, onde mantinham relações sexuais mais ou menos três dias na semana, sem o conhecimento desta tia. Nesta época, enquanto sua mãe saía de casa para resolver algum problema, os dois mantinham relações sexuais voluntárias dentro de casa, esclarecendo que durante este período ficou muito atraída sexualmente pelo próprio pai, mencionando que por aproximadamente um ano mantiveram contato sexual regular, sem o conhecimento de terceiros ou familiares. Dentro de casa ela e seu pai eram muito carinhosos um com o outro, trocando carícias e beijos estalinhos na boca, inclusive na frente de vizinhos. Foi quando, em meados do ano de 2012, sua tia, ao chegar durante a noite na residência da sobrinha presenciou um abraço frontal entre os dois. Tales ficou assustado e a largou imediatamente a fim de não chamar a atenção. Após presenciar o abraço, a tia da menina a questionou sobre a proximidade com Tales e começou a pressioná-la para contar o que realmente estava acontecendo, momento em que decidiu contar para ela que seu pai tinha lhe violentado sexualmente, mediante ameaças, iniciando os atos sexuais quando tinha a idade de 14 anos e que, desde então, vinha mantendo relações regulares com o mesmo, pois tinha ficado muito atraída sexualmente por ele.
Tales foi expulso de casa e a menina relatou que, após isso, sentiu muita falta do contato sexual com ele e o procurava na rua, onde passou a morar e mantinha relações sexuais em via pública, escondidos atrás de papelões e lençóis. Até hoje, o pai abusava da filha.
Ainda segundo o delegado, a menina passou a ter sentimento de paixão e afeto sexual pelo pai. Assim, hoje, diferentemente de antes, o pai não precisava mais ameaçá-la para conseguir satisfazer sua libido, já que a própria filha o procura para manter relações sexuais, passando a agir como verdadeira amante.
Em depoimento, Tales negou as acusações e afirmou não saber porque sua filha o acusou.
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