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Lei ajudou na relação do jovem profissional com o mercado de trabalho, sem prejuízo do rendimento acadêmico
A Lei do Estágio, n° 11.788, instituída há 4 anos, transformou o setor. As instituições de ensino, por exemplo, passaram a ter mais responsabilidade no acompanhamento dos estudantes. O estagiário beneficiou-se com a redução obrigatória da carga horária, a concessão de bolsa-auxílio, auxílio-transporte, recesso remunerado e seguro contra acidentes.
Para Carlos Henrique Mencaci, presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres), essa transformação é muito válida, principalmente para a relação do jovem profissional com o mercado de trabalho, sem que isso prejudique seu rendimento como estudante na universidade.
As empresas também se beneficiaram, uma vez que contam com isenções fiscais, como no pagamento de FGTS, INSS e verbas rescisórias. Além disso, segundo a analista de treinamento do Centro de Desenvolvimento Profissional (Cedep) Aline Araújo, é importante dar oportunidade ao estagiário, pois a empresa terá o benefício de moldá-lo de acordo com o perfil da organização.“A diminuição da carga horária para 6 horas trouxe uma mudança na forma como o estágio passou a ser visto pela sociedade. Hoje, o estudante tem mais tempo para se dedicar à vida acadêmica", comenta Mencaci.
"O estudante chega com muita vontade de aprender, com diversas ideias vindas da universidade. Se a empresa souber aproveitar o potencial, formará um excelente gestor para um futuro próximo", diz Aline.
Estágio é uma escola
Só em 2011, o Brasil criou 2,24 milhões de postos de trabalho, muito deles dedicados a jovens. Mas, para o País continuar crescendo, é necessário investir nessa fatia da população. Em 2008, o número de estagiários era de 900 mil. Hoje, segundo a Abres, o País tem 1 milhão, sendo 740 mil para o ensino superior e 260 mil para o médio.
"É importante que as empresas entendam essa atividade como a porta de entrada para a vida profissional", afirma Seme Arone Junior, presidente do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube).
O número de oportunidades só não é maior também por falta de preparo dos candidatos. No Brasil, há 14,7 milhões de estudantes matriculados no ensino médio e superior. No entanto, apenas 6,8% conseguem estagiar. “Um dos principais motivos de reprovação em processos seletivos são os erros de português e a postura inadequada", comenta Arone.
Ariane Traverzim começou sua carreira como estagiária e hoje é diretora comercial de uma empresa de soluções de telefonia para call center. Para ela, a oportunidade foi uma grande escola. "O estágio me ensinou a como me portar em um ambiente corporativo, além de reconhecer valores como trabalhar com ética e fazer o uso correto do português", diz ela.
