OS VALENTES DE DAVI
Imagine você, que cenas iguais a essas retratadas por Hollywood podem
ter sido bem parecidas com a guerra de um grande personagem bíblico, chamado
Davi. Sua história fala de política, de
poder, intriga e lealdades. Naquele tempo, os fortes sobreviviam; os fracos
logo desapareciam. Foi durante a época de Davi que Israel
se tornou verdadeiramente uma nação. Depois das animosidades entre os clãs e
rivalidades tribais que caracterizaram o período dos juízes, foi a figura do
rei (começando com Saul e, mais tarde, em grau muito mais forte, com Davi e
Salomão) que uniu Israel, embora a Bíblia deixe claro que os séculos de
pensamento como clã não se encerre em trinta ou quarenta anos.
Davi não
reuniu os melhores homens, mas
sim, aos piores. Em I cr 11: 10-47, vemos a lista dos valentes de Davi, e estes
eram aqueles amargurados, endividados, e em aperto. “E ajuntou-se a ele todo o homem que se achava em
aperto, e todo o homem endividado, e todo o homem de espírito desgostoso, e ele
se fez capitão deles; e eram com ele uns quatrocentos homens” (1 Samuel 22:2).
Era uma
aventura insana comprar briga com Israel naqueles dias. O exército de Israel
possuía um rei chamado Davi. Ele era um rei em época de guerra e assumiu a
posição de general. Ele era um guerreiro nato e naquela época era
corpo a corpo. Os homens que Davi
comandava, eram temidos pela
força e pela coragem. Só no capítulo 12 do Primeiro Livro de
Crônicas estão relacionados mais de trezentos e trinta mil homens “de ânimo
resoluto”, “munidos de escudo e lança”, “providos para a peleja”, “em
condições de ir à guerra”, “providos de toda sorte de instrumentos de guerra”. E
o livro de II Samuel 23:8-39 faz um
destaque especial dos principais valentes do exército de Davi, nome por nome.
São trinta os homens que formavam o cerne do grupo que seguia Davi;
almas independentes, homens de astúcia, coragem e vigor. Verdadeiros heróis.
Desses trinta, podemos destacar alguns pelos seus feitos extraordinários. O
primeiro grupo de três, são: Josebe Bassebete, Eleazar
e Samá.
Com a sua lança Josebe-Bassebete feriu
oitocentos filisteus de uma vez. “...Josebe-Bassebete, ... principal dos
capitães; ..., que se opusera a oitocentos, e os feriu de uma vez” (2 Samuel 23:8). Eleazar lutou
tanto até a espada ficar entranhada na sua mão. Ela estava sangrando, em carne viva, mas ele continuava firme na
luta, ferindo os filisteus. Não parou, porque um valente não desiste quando
está sofrendo. Ele é persistente. “... Eleazar, ... Ele era um dos três principais guerreiros e
esteve com Davi quando os filisteus se reuniram em Pas-Damim para a batalha. Os
israelitas recuaram, mas ele manteve
a sua posição e feriu os filisteus até a sua mão ficar dormente e grudar na
espada. E o Senhor concedeu uma grande vitória naquele dia.” ( 2 Samuel
23:9-10).
Samá foi um dos três legendários "valentes" do rei
Davi. Foi designado como um dos oficiais de Davi, encarregado da
milícia durante o quinto mês do ano. Seu maior feito foi a derrota de uma tropa
de filisteus. Depois de os israelitas fugirem da tropa filistéia, Samá
ficou sozinho e os derrotou. Samá quando viu os filisteus querendo
saquear as plantações de lentilhas, ele se colocou no meio da plantação e com
uma só tacada, derrotou um exército inteiro de 300-800 homens, defendendo
àquela terra cultivada.“E depois
dele Samá, ... quando os filisteus se ajuntaram numa multidão,
onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos
filisteus. Este, pois, se pôs no
meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR
efetuou um grande livramento” (2
Samuel 23:11-12).
A Bíblia
também menciona outro grupo de três, que quando Davi estava na caverna de
Adulão, desejou beber das águas que estava junto à porta de Belém, sob o
domínio dos inimigos. Quando os três ouviram as palavras de Davi, e do desejo
de beber das águas de Belém, desceram até o arraial do inimigo, intrépidos e
destemidos, trouxeram a água do poço para que o rei a tomasse. Um feito heróico
que mereceu um destaque nas Escrituras e elogios do rei: “Suspirou Davi
e disse: Quem me dera beber água do poço que está junto à porta de Belém!
Então, aqueles três valentes romperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram
água do poço junto à porta de Belém, e tomaram-na, e a levaram a Davi; ele não
a quis beber, porém a derramou como libação ao SENHOR. E disse: Longe de mim, ó
SENHOR, fazer tal coisa; beberia eu o sangue dos homens que lá foram com perigo
de sua vida? De maneira que não a quis beber. São estas as coisas que fizeram
os três valentes.”(II Samuel 23: 16-17).
Também
podemos citar Benaia.
Abisai, Abiatar e Joabe. Benaia era o que menos falava,
mas cuja obediência era total. Ele “tinha ombros como vigas de uma casa”. Esse
homem havia com as próprias mãos matado um leão encurralado numa cova durante
uma tempestade de neve. Era destemido. Munido somente de um cajado, Benaia esperava o ataque de um
soldado armado; tomava a arma da mão do inimigo e o matava com a lâmina de sua
própria espada.
Abisai era
o chefe de 30 poderosos guerreiros, Ele distinguiu-se pela sua bravura,
rivalizando com a dos três homens mais poderosos do rei Davi. Abisai era
liso como uma enguia, o rosto afilado, e tão magro que, correndo, parecia só
pescoço, impossível de agarrar, ferir, golpear, apunhalar ou matar. Certa vez, Abizai abateu sozinho, 300 inimigos
flisteus.
Abiatar tinha o dom da doçura. Apesar de toda a amargura, conseguia ser
gentil e dirigir um sorriso perfeitamente radiante àqueles que ele amava
especialmente Davi, que era para ele toda a sua família. Era filho de
Aimeleque, o sacerdote de Nobe que Saul assassinara por ter ele dado pão a
Davi. Saul chacinara cada um dos membros da família de Aimeleque, exceto
Abiatar, que fugiu a Davi com a estola do pai. Então Davi tinha um oráculo, por
meio do qual sondava a vontade do Senhor.
E
finalmente Joabe que era filho da irmã de Davi. Ele
era guerreiro, estrategista e podia analisar o campo de batalha num
instante: terreno, inimigo, condições meteorológicas, a fria conseqüência
política de qualquer ato. Era mais baixo que Davi, e também mais atarracado.
Tinha modos rudes. Seu cabelo era grosso, cinza-ferro. Seus olhos
eram de um cinza frio. Tinha queixo forte e o rosto vincado de
soldado.
Foram
homens como esses, cheios de coragem, fé e obediência que fizeram de Davi um
rei vencedor. Inúmeras foram as vitórias do rei Davi contra os inimigos de
Israel. Muitas vitórias e conquistas foram registradas, traduzindo-se estas em
terras, homens e tesouros. Mas Deus quis também prestar uma homenagem a esses
bravos soldados, que repetidamente foram chamados de “valentes”. É
só percorrer os livros de Samuel, I e II Reis e I e II Crônicas para se
comprovar essa realidade.
O exército de Davi estava bem
preparado. Esses soldados foram treinados e prontos para a guerra. Lemos
em I Crônicas 12:1-2: “... estes eram dos valentes que o
ajudavam na guerra. Tinham por arma o arco e usavam tanto da mão direita como
da esquerda em arremessar pedras com fundas e em atirar flechas com o arco”. E o texto termina por enumerar
os principais entre eles, finalizando a narrativa assim: “...o menor tinha o encargo de cem homens e o maior de
mil.” (1 Crônicas 12:14)
Um dos mais positivos e claros ensinos da história dos valentes de Davi
e suas vitórias
é a capacidade de lutar por um ideal até o fim. Também podemos citar a lealdade
com seu líder. Entretanto, sabemos que a luta de um valente
não é por dia, é para sempre. " Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são
melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam
toda a vida e estes são imprescindíveis"(Bertold Brecht). Bem sabemos que há muitas batalhas que precisamos vencer na vida. Que Deus nos dê
motivação para que possamos continuar lutando, e ter um
coração de um verdadeiro valente.
http://maripaivacora.blogspot.com.br/2012/02/os-valentes-de-davi.html?m=1