A diferença entre encher a barriga e aproveitar uma hora preciosa

A maioria dos moradores de médias e grandes cidades não almoça em casa em dias úteis, como ainda é comum em muitas cidades do interior. Mesmo alguns que moram relativamente perto do trabalho almoçam na empresa, ou em algum lugar próximo. Alguns comem sempre em lugares diferentes, para não enjoar. Variam sempre (a não ser que o restaurante da empresa ou algum pertinho dela seja tão bom que compense ir sempre). Há quem coma qualquer coisa só para encher a barriga. Outros preferem comida de verdade.
No meu caso, o horário de almoço é o único momento do dia inteiro no qual tenho um tempinho para mim. Por isso, aproveito não só para a refeição, mas para espairecer um pouco.Quando trabalhava em uma empresa fechada, bem mais longe, era obrigado a almoçar nela, e aproveitava para andar um pouco e meditar. Algumas das melhores meditações, orações e tomadas de decisão que já tive foram feitas deste modo.
Há restaurantes em que você se vira no self-service e cai no ritual, senta-come-levanta-paga-sai. Outros, a la carte, lhe servem à mesa. Mas, nem sempre, o tempo permite isso.

Procuro sempre lugares mais quietinhos, amplos, para almoçar em paz. Nada de gritaria, correria e cheiro de gordura no ar (que gosta tanto de você que teima em lhe seguir, na roupa, no cabelo...). Depois, saio para caminhar. Se o tempo não ajuda, coloco a leitura em dia.
O almoço é a única hora que tenho para isso. É a única que muita gente tem, mas não consegue fazê-la render, e fica pendurada ao celular, ou discutindo assuntos do trabalho. E o almoço foi feito exatamente para ser uma pausa dele. Claro, às vezes temos que pagar umas contas, comprar alguma coisa, estudar um pouco... Mas reservar um tempinho para você é precioso.

E não é que os especialistas dizem que o certo é, ao invés de esperar o estresse lhe arrebentar e tirar férias forçadas num spa, numa viagem ou à toa em casa, você deve é descansar exatamente desse jeito, aos poucos?
É descarregar o tal do estresse aos pouquinhos, relaxando, mesmo que em pequenos momentos, todos os dias.