Uma suspeita de tráfico internacional de crianças e até de pedofilia fez com que um grupo de 11 pessoas - incluindo mulheres, crianças e adolescentes - fossem encaminhadas ao 6º BPM (Batalhão de Polícia Militar) e depois a Polícia Civil de Cascavel, na noite desta terça-feira (07).
A história começou depois que policiais do Pelotão de Choque receberam denúncia de que crianças estavam vindo em um ônibus de linha, com mulheres, de Foz do Iguaçu a Cascavel e que seriam vítimas do tráfico infantil. Ao abordar o ônibus na rodoviária o grupo não foi encontrado, sendo localizado próximo da Avenida Tancredo Neves, na região Oeste da cidade. “Recebemos a denúncia e em abordagem encontramos as crianças e adultos sentados em uma calçada, na rua. Elas procuravam um lugar para ficar e não sabiam justificar o motivo da vinda a Cascavel. Durante verificação dos documentos, uma das crianças não tinha identificação e nem autorização judicial para viajar. Por causa disso trouxemos o grupo ao batalhão e depois a Polícia Civil, que deverá fazer uma investigação para comprovar o grau de parentesco”, diz o comandante do Pelotão de Choque, tenente Felipe Malheiros.
Para o batalhão foi encaminhada uma mulher de 21 anos e um menino de um ano, filho dela; além de uma mulher de 39 anos e as três filhas (de 07 e 18 anos), e ainda outra mulher de 59 anos, que estava acompanhada das filhas de 21, 17, 6 e 8 anos. Todas elas comprovaram grau de parentesco, no entanto, uma das jovens de 21 anos seria mãe de uma menina de dois anos, mas ela não portava o documento da criança.
“Ela contou que não lembrava onde tinha registrado a criança. Depois informou que foi no Paraguai e depois disse que perdeu o documento. Ela não tem documento que comprove que é mãe da criança. Não estamos dizendo que ela não é mãe, mas também não tem como comprovar que é”, relata Malheiros.
Conforme o tenente, a história é contraditória e não há claramente um crime e sim uma atividade irregular, devido a criança ter sido trazida sem autorização judicial ou documento. Segundo a polícia, as mulheres contaram histórias contraditórias e não tinham lugar definido para ficar em Cascavel.
O Conselho Tutelar foi acionado para dar encaminhamento ao caso. Depois de serem ouvidas na delegacia as mulheres seriam encaminhadas para a casa de um familiar em Cascavel, que elas acabaram conseguindo contato. “Como existe essa família que tem afinidade, nós vamos levar até esse endereço e amanhã fazer contato com o conselho de Foz do Iguaçu para comprovarmos a história. Aparentemente ela realmente é a mãe da criança”, avalia o conselheiro tutelar Elemar Müller.
O conselheiro disse que não acredita na possibilidade de fuga das mulheres. A empresa de ônibus que transportou a criança sem a mãe portar os documentos poderá ser penalizada.
“Na realidade a empresa de ônibus tem essa responsabilidade e é possível sim uma medida para que eles tomem mais cuidados e isso não volte a acontecer”, explica o conselheiro.
Só nesta quarta-feira (08) haverá comprovação se a menina de dois anos realmente é filha da jovem de 21 anos.
Ao sair do batalhão, as mulheres disseram aos policiais que tinham vindo a Cascavel vender alho.