Menina foi atacada por passageiro na parte de trás de ônibus que passava no Jardim Botânico
POR FLAVIO ARAÚJO
Rio - Uma estudante de 12 anos foi estuprada por volta do meio-dia de quarta-feira dentro de ônibus que passava pelo Jardim Botânico, Zona Sul, uma das áreas mais nobres e policiadas do Rio. Ela voltava da escola em um ônibus da linha 162 (Glória-Leblon), sem outros passageiros, quando na Rua Jardim Botânico, altura da Rua Bartolomeu Mitre, no Leblon, o criminoso e duas passageiras embarcaram. O estuprador sentou ao lado da vítima, mostrou uma pistola, revirou a mochila da estudante e roubou dinheiro, joias e celular. Em seguida obrigou B. a ir para o fundo do coletivo onde a estuprou.
“Ele é um bicho, aliás, bicho não porque animais não são assim. Ele é um monstro”, desabafou, nervosa, a mãe da jovem, de 34 anos.
Após o crime, o estuprador abordou outra passageira, que gritou. Ele mandou o motorista parar e fugiu embarcando em outro ônibus, da linha 546 (Rocinha-Leblon), em direção à Rocinha. “Estamos em busca de imagens do segundo ônibus e intimando a cobradora a depor”, disse o delegado da 15ª DP (Gávea), Fábio Barucke, que divulgou imagens do ônibus onde ocorreu o crime para facilitar a identificação do criminoso. A menina foi atacada 20 minutos após embarcar.
Segundo Barucke, a garota chegou à delegacia, meia hora após o estupro, sem condições de falar. “Estava em estado de choque, tremia muito. Tinha marca de ‘chupão’ no pescoço. Chamamos a mãe dela para que conseguisse contar o que aconteceu. É uma criança. Esse cara é um doente”, revoltou-se Barucke.
Revoltado, o pai da estudante, 44 anos, não acredita que a polícia encontre o criminoso. Para ele, a prisão seria pouco. “Eu queria muito mais que isso”, desabafou.
O sêmen do agressor foi colhido para exame de DNA. O laudo diz que a menina tem compleição física de criança e as marcas no pescoço têm 50 mm por 20 mm.
Mãe vai voltar a estudar
Há 10 anos trabalhando e morando na Zona Sul, os pais da vítima, que são paraibanos, não imaginavam que algo de ruim pudesse acontecer com eles. “Levo minha filha à escola, mas como o ônibus não passa em nenhuma favela, ela volta sozinha. Agora, vou me matricular em escola pública e conseguir RioCard para andar com ela. Não tenho como pagar tantas passagens”, disse a mãe da criança.
A menina disse à família que quer esquecer o episódio e tratá-lo como um pesadelo. “Ela é muito forte, mas está com medo de pegar ônibus de novo”, disse a mãe.
Vítima tomou um coquetel anti-HIV
A vítima foi atendida por psicólogos, fez exame de corpo de delito que comprovou a violência sexual e tomou coquetel anti-HIV. O estuprador é moreno, tem cabelo raspado, 1,60m, e sinal no braço direito.
No dia do crime, usava camisa rosa e calça bege. A polícia pede que quem reconhecer o estuprador ligue para denunciar pelos telefones 2332-2905 ou para o Disque Denúncia (2253 - 1177).