Por Débora Ferreira
Observe se a situação é momentânea ou se já vem sofrendo desse mal

Ter vontade de ficar em casa e não sentir nenhum prazer de enfrentar os afazeres e as tarefas propostas diariamente pela vida pode não ser apenas por causa da sensação de frio e das mudanças climáticas; não sentir entusiasmo para se arrumar e notar-se melhor e até mais disposto; não querer sorrir para a vida e nem para o seu próximo, enfim, você está se sentindo assim? Esses são alguns sintomas que representam desânimo e desmotivação. “A maioria das pessoas até percebem quando estão desanimadas, mas, mesmo assim, não fazem nada para mudar e nem ao menos se sentirem melhor”, diz a psicóloga Érika Milfro.
Segundo a especialista, ao perceber o próprio desânimo a pessoa precisa se questionar se aquela sensação é momentânea ou constante. “Normalmente, chegando o final de semana, por conta da rotina cansativa, transporte coletivo e muitas horas de trabalho, a pessoa fica cansada e sem vontade de sair, mas se isso não é sempre, após uma boa noite de sono o corpo e a mente recuperam as energias”, explica. Ela ainda salienta que quanto menos horas de sono, pior ficará a aparência e a fisionomia.
“Se o desânimo for algo claramente momentâneo, essa é uma situação mais simples, sendo assim, descanse o máximo que puder para recarregar as energias que o corpo necessita. Caso contrário, procure buscar alternativas para melhor se adaptar à sua rotina diária. Muitas vezes, o fato de não ter atividades, além de trabalhar, torna os dias cansativos. Por isso, procure fazer exercícios físicos pela manhã ou à noite, ou escolha qualquer outra atividade que torna a semana mais produtiva”, sugere Érika.
De acordo com a psicóloga, há casos que começam a se agravar com o passar dos dias e podem levar à depressão. “Nada em excesso faz bem, principalmente nestas situações em que a pessoa não quer lutar com o que faz mal. Se o desânimo persistir além do normal (o que varia para cada pessoa, mas normamente após os três primeiros meses), procure ajuda de alguém próximo, perguntando se tem percebido algo de estranho, mas, em especial de um especialista que possa lhe auxiliar a se sentir melhor.
Alguém que venceu
A dona de casa Mara Freire Motta, de 54 anos, se sentiu triste após parar de trabalhar. “Sempre tive uma vida profissional e social muito agitada, não parava de fazer as coisas, até que me afastei do serviço e comecei a ficar muito em casa. No começo percebi uma mudança brusca de humor e até de ânimo, mas pensei que seria apenas durante o período de adaptação, mas não”, lembra.
De acordo com Mara, ela começou a ficar depressiva depois de ter suspendido seus costumes. “Quando meu esposo percebeu que o desânimo tira virado uma doença, ele me pediu que procurasse ajuda e assim eu fiz. O tratamento com a especialista me ajudou e hoje me sinto útil, ocupo meu tempo com trabalhos manuais, cuido dos meus netos, faço atividades físicas e, assim, aproveito mais a vida”, finaliza.