Por Tany Souza / Foto: Thinkstock
Doença varia entre fase maníaca e depressiva
Está tudo bem, quando de repente a pessoa literalmente surta, tem um excesso de raiva, de agressividade, ou entra em uma profunda tristeza. Esta transição rápida entre um estado e outro é chamada de Transtorno Bipolar.
Segundo o psiquiatra Leonard Verea essa é a classificação para um transtorno de humor. “Antigamente o nome dado era Psicose Maníaco Depressiva. A pessoa alterna momentos de intensa euforia e fica com a sensibilidade aflorada ou entra em profunda depressão.”
Essa alternância identifica as duas fases de quem possui o transtorno. “Os pacientes mudam muito rápido entre uma etapa e outra. Há a fase maníaca, onde ficam muito sensíveis, mas também mandões, possessivos, agressivos, violentos, e a fase depressiva, quando desejam ficar trancados no quarto, se sentem incapazes, com vontade de morrer. O ponto comum das duas fases é a extrema ansiedade, uma das características do transtorno”, explica Verea.
Para saber se alguém é bipolar é preciso observar uma série de situações e características. “Se há uma avaliação pontual não se consegue identificar o transtorno. Além de ponderar o todo, o relato dos familiares também é importante para diagnosticar a doença.”
Causas e tratamento
Existem vários estudos sobre as causas do transtorno bipolar. “Há teorias que afirmam existir fatores genéticos. Outros acreditam que passar por situações de extremo estresse, positivo ou negativo, como ganhar um prêmio ou viver um luto, pode ser motivo para a bipolaridade acontecer. O fato é que geralmente acontece com homens e mulheres entre 30 e 40 anos”, esclarece o psiquiatra.
Apesar dessas constatações, Verea ressalta que é possível ter uma vida normal. “Os tratamentos são válidos, com medicamentos fortes, como estabilizadores de humor, mas não são 100% eficazes. Nos casos mais graves, a pessoa pode até mesmo ser internada. Porém, quando se encontra a dosagem ideal dos remédios, ela volta a ter vida normal, mas tendo que ser medicada pra sempre.”
Verea finaliza enfatizando porque há mais casos de bipolaridade nos dias de hoje. “É algo crescente. Por exemplo, há 20 anos as mulheres não trabalhavam e hoje elas estão muito mais ativas, consequentemente, mais expostas aos problemas e às possibilidades de problemas de saúde.”