Por Michele Roza
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A personalidade de um indivíduo é definida pelos traços emocionais e pelo caráter (traços comportamentais), que orientam seu modo de agir e pensar, seu modo de ser diante de outras pessoas. Porém, quando o indivíduo começa a ter atitudes muito desrespeitosas e agressivas, sempre procurando obter vantagens sobre os outros, desconfie, pois ele pode sofrer do transtorno de personalidade antissocial, antigamente chamado de psicopatia.
As pessoas que apresentam esse transtorno não são tão facilmente identificadas. Elas mentem e enganam com naturalidade. Mostram-se dóceis e amáveis para conquistar amizade e confiança. Os primeiros indícios costumam aparecer na infância ou começo da adolescência como agressões a pessoas ou animais, destruição de propriedade e furto. Mas, um diagnóstico só pode ser realizado na idade adulta.
“O Transtorno de Personalidade Antissocial engloba um grande quadro de sintomas, nem todos ainda presentes antes dos 18 anos, além do que, precisamos ter a certeza de que o indivíduo teve tempo hábil para aprender o que é ‘correto’ de acordo com nossas normas sociais”, explica a psicóloga comportamental Nathalí Sabino.
Sem vínculo e sem remorso
Geralmente, quem sofre com o transtorno é impulsivo, irritadiço, irresponsável, não se conforma com as normas e vive com total ausência de remorsos, apesar de sempre dizer o contrário de si mesmo. É comum perceber o sofrimento entre familiares e colegas desse indivíduo, pois ele não é capaz de manter vínculos mais profundos e duradouros, apenas quando lhe convém.Eles podem manter relacionamentos afetivos demonstrando um imenso amor pelo outro, sendo que, em curto prazo, é difícil que o companheiro perceba a falsidade do relacionamento.
“Raramente a pessoa reconhece sua problemática, visto ser muito comum sempre atribuir a culpa de seus problemas à outra pessoa. Devido à grande tendência de ‘manipular’ os fatos e deste modo seu entendimento sobre eles, raramente buscam por ajuda por conta própria”, relata a psicóloga Josiane Lourenço.
Psicoterapia
Ainda segundo Josiane, por se tratar de um transtorno de personalidade seu curso é crônico e, por isso, aPsicologia e a Medicina auxiliam abrandando alguns sintomas. “Na psicoterapia, visa-se sensibilizar o paciente em relação aos acontecimentos em sua vida familiar e no trabalho e, por meio da análise das experiências de vida, auxiliar o paciente a discriminar melhor seu ambiente e assim, aprender com as experiências”, conclui.
