Estimativas apontam que cerca de 70% dos casos de abuso sexual infantil são praticados por membros da própria família
Por Carlos Gutemberg

A pedofilia tem levado inúmeras crianças e adolescentes, vítimas deste mal, a sofrer de forma silenciosa, carregando consigo traumas e feridas profundas desde muito cedo. Em muitos casos, a omissão e a cumplicidade de familiares aumentam ainda mais esse drama. Esse tipo de violência pode ocorrer em qualquer lugar. Todavia, estimativas apontam que cerca de 70% dos casos de abuso sexual infantil são praticados por membros da própria família.
Também não são raros os relatos de adolescentes que engravidam após vivenciarem circunstâncias desse tipo. É o caso da escritora Fabiana Pereira de Andrade, autora do livro “Labirintos do Incesto, o Relato de uma Sobrevivente” (Ed. Escrituras), que teve dois filhos do próprio pai. Hoje, aos 31 anos, ela procura reconstruir sua vida reescrevendo uma nova história ao lado do marido.
Fabiana classifica o seu trabalho autobiográfico como um “grito de libertação e de alerta”. Ao contar sua história, ela expõe feridas mal cicatrizadas da violência da qual foi vítima e, ao mesmo tempo, revela o despreparo dos diferentes profissionais voltados à área de atendimento à infância e adolescência neste tipo de situação, bem como a hipocrisia e o descaso de pessoas que, conscientemente, nada fazem para evitar que essas tragédias continuem ocorrendo.
Durante esta semana, o portal Arca Universal abordou a questão da pedofilia, sobre vários aspectos. No encerramento desta série de reportagens, além do caso citado no início do texto, queremos deixar umrelato de alguém que vivenciou esse drama na infância (leia), tendo sido abusado pelo próprio tio, mas que conseguiu superar os traumas e complexos oriundos dessa violência que sofreu.